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terça-feira, 29 de julho de 2008

ESPAÇO PEDAGÓGICO - Matemática

Todos os materiais a seguir foram confeccionados pelas professoras Eliane e Mª Olímpia.Materiais: Caixas, tampinhas, copinhos de iogurte de vários tamanhos, garrafas com diferentes diâmetros, prendedores de roupas e outros .



































terça-feira, 15 de julho de 2008

ESPAÇO LITERÁRIO - TEATRO MÓVEL


Cenário
- confeccionado com lâminas de papelão unidas com fita 
crepe que irá girar, EVA, pintura com guachê.

Personagens
- confeccionadas com garrafa pet, palitos de picolé, lã, tecido e outros.

Mobília
- confeccionadas com caixas, tecido, EVA, copinhos e outros.


Personagens e cenário foram inspirados no Livro: "Esta é Silvia"


Ref. Bibliográfica: Esta é Silvia/Jenne Willis; ilustração, Tony Ross - Rio de Janeiro: Salamandra, 2000.

































Obs: A medida que a história é contada gira o cenário.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO: EXPLORANDO AS SITUAÇÕES COTIDIANAS


EDUCAÇÃO INFANTIL




Geralmente as crianças já sabem contar quando chegam à escola, e a grande maioria dos/as professores/as apenas realiza exercícios de escrita dos numerais e de correspondência entre eles e conjuntos. No entanto, contar de memória é diferente de contar com significado, o que exige uma estrutura lógico-matemática construída pela criança.
A criança não constrói o número fora do contexto geral do pensamento do seu cotidiano. Para Piaget, os conceitos lógicos precedem os numéricos. O conceito de número baseia-se na formação e sistematização da mente em duas operações: classificação e seriação. A simples observação de classificações ou seriações prontas não são suficientes para a criança. Cabe ao/a professor/a oportunizar desde a Educação Infantil várias situações que permitam ao/a aluno/a elaborar estes processos. Para Kamii, o ensino do número deveria encorajar a criança a colocar todos os tipos de coisas em todas as espécies de relações. Segundo Rangel, é somente agindo intensamente sobre os objetos em atividades como quantificar coleções significativas para ela que a criança poderá ir progressivamente construindo a estrutura do número que é a base para todo o conhecimento lógico-matemático.
Nestas atividades cotidianas o que fará a diferença será a intervenção do/a professor/a ou a sua intencionalidade pedagógica. Para isto, ele/a deve conhecer a maneira de pensar da criança a fim de fazer intervenções adequadas que possibilitem a elas confrontarem suas hipóteses, desequilibrando-se cognitivamente, e a partir de sua ação sobre o objeto possam estabelecer conexões entre o que sabem e o novo, construindo assim um novo conhecimento, e aos poucos possam ir conquistando a tão desejada autonomia intelectual. Segundo Piaget, os adultos estimulam o desenvolvimento da autonomia intelectual da criança quando intercambiam pontos de vista com as crianças, ou seja, a interação entre professor/a e aluno/a é fundamental.
Contextualizar o aprendizado da criança e fazer com que ele se amplie é um grande desafio do
Segundo Marincek o papel do/a professor/a é planejar boas atividades de aprendizagem. Por exemplo, ao trabalhar com situações problemas os/as alunos/as estarão envolvidos com a essência da atividade matemática e estarão utilizando diversas habilidades para resolvê-los, como antecipação das soluções, formulação de resultados, justificação de escolhas, argumentação de postos de vista, e, desta forma, acaba por construir um conhecimento contextualizado. Conforme destaca Zabala, é uma das funções sociais da escola; fazer com que o conhecimento cotidiano fique melhor. O/a professor/a deve aproveitar a bagagem cultural que a criança traz de seu meio social e a partir desta explorar suas concepções de mundo tornando-a consciente de seus atos e do motivo das coisas se constituírem como são, mas acima de tudo utilizar esses conhecimentos cotidianos como uma forma de progresso, propiciando que estes evoluam para o nível dos conceitos científicos, pois, a aprendizagem dirigida pelo educador/a é qualitativamente superior aos processos espontâneos de aprendizagem.
Segundo Smolle (2000) além de habilidades lógicas matemáticas é necessário que os/as alunos/as tenham a oportunidade de ampliar suas competências espaciais, corporais, intelectuais, intrapessoais e interpessoais. As brincadeiras infantis possibilitam explorar idéias referentes a número de um modo diferente do convencional, pois brincar é mais do que uma atividade lúdica é um modo de obter informações, além de aquisição de hábitos e atitudes importantes.

Sugestões de atividades:


Desta forma, considerando que a falta de noção de número impede a compreensão das relações numéricas podemos organizar uma seqüência de atividades relacionadas com a vida cotidiana da criança, para que a construção numérica tenha sentido, favorecendo assim o estabelecimento de diversas relações:

- Encorajar as crianças a quantificar objetos logicamente e a comparar conjuntos em atividades como a de levar lápis para todos os colegas do grupo em que ela senta.


- Organizar dois, três ou mais grupos com as cadeiras da sala.


- Comparar o grupo de meninos e meninas. 

- Distribuição das merendas, observando como realiza esta tarefa, desafiando-a a distribuir de forma igual para todos os colegas certa quantidade de biscoitos, bolo, balas, pirulitos etc.


- Propor a ida a um supermercado onde cada criança terá a tarefa de comprar pirulitos ou balas para certa quantidade de pessoas, observando como realiza a compra e se usa a relação termo-a-termo para efetuar a compra.


- Construção de gráficos sobre as letras do nome, a quantidade de pessoas da família, meio de transporte utilizado para ir à escola, mês de nascimento, idade, altura, cor dos olhos, cabelos etc.; explorando e analisando com os alunos os dados obtidos.


- Explorar a escrita e a leitura do nome, em que as crianças devem identificar cada letra do seu nome, recortando-as e destacando-as. Reconstruir a escrita do nome colando as letras com o apoio de um pequeno crachá, ordenado-as em correspondência termo-a-termo. Quantificar as letras do nome separando com o apoio na correspondência termo-a-termo, um palito de picolé ou forminha de doce para cada letra do nome, estabelecendo relações do tipo: Quantos palitos ou forminhas recebeu? Quantos ganhou? Quantos faltam? Quantos sobram? Quem ganhou mais, menos, a mesma quantidade? Nesta atividade pode-se realizar um jogo de memória com os palitos ou forminha, tentando formar o seu nome e explorando os mesmos aspectos que foram descritos acima.


- Construção de um álbum do nome mostrando quais as diversas maneiras com que podem mostrar quantas letras tem o seu nome.

- Para crianças de 2 a 3 anos uma atividade interessante é construir uma chamadinha com um desenho duplicado de bicho de EVA para cada criança, exemplo dois cachorros, dois macacos, dois tigres etc. A cada dia pode-se fazer a chamadinha de uma maneira; com os desenhos virados para baixo onde a criança tem de achar o seu (tipo memória), ou virados para cima bem misturado e solicitar que achem os dois bichos que são seus. Ou ainda, enfileirar os desenhos e recolher um dos desenhos e solicitar que descubram qual está faltando.


- Outra atividade interessante para crianças bem pequenas é a utilização da história :


“Barulho na Caixa” da autora Clélia Machado.


Conta-se a história com o auxílio de um flanelógrafo, dos animais da história e a caixa. A cada vez que a história é contada um dos animais é escondido dentro da caixa e pode-se questionar as crianças qual é o bichinho que agora está faltando. Apesar de ser uma atividade muito simples ela é muito interessante, pois provoca equilíbrio mental e estimula o raciocínio lógico-matemático destas crianças bem pequenas.


" MEDO DO ESCURO "Antonio Carlos Pacheco - Editora Ática

A partir desta história o/a professor/a pode propor às crianças um jogo que envolverá a quantificação de sílabas dos nomes dos personagens.


Materiais : - Dado com o desenho dos personagens.


- Tabuleiro com o desenho de uma trilha. - Um pino para deslocar na trilha.


Procedimento: Após a história a turma pode ser dividida em equipes que ganharão cada uma um tabuleiro com o desenho de uma trilha e um pino. Cada equipe deverá jogar o dado, o qual indicará o nome do personagem. O grupo deverá falar o nome do personagem que o dado indicou contando a quantidade de sílabas deste, ou quantos pedacinhos esta palavra tem. A contagem pode ser feita através de palmas. Após a contagem o grupo deve deslocar o pino de acordo com a quantidade de sílabas da palavra que sorteou.


Exemplo: a palavra é estrela – Três pedacinhos ou sílabas, anda três casas para frente na trilha. O/a professor/a pode questionar quantos pedacinhos tem cada nome, que outros nomes tem o mesmo tanto de pedaços do que este etc. Após o término do jogo pode-se fazer um registro individual do jogo em uma planilha. A partir destas histórias o/a professor/a pode propor a confecção de jogos de memória, quantificação, seriação, classificação e bingo.

"UM AMOR DE CONFUSÃO" Dulce Rangel - Editora Moderna.

Materiais : - Desenho de um ninho que pode ser feito pelos alunos.


- Dado de quantidades.


- Papéis recortados em forma de ovos (6 cores).
- Dado de cores (6 cores).

Procedimento: Após o/a professor/a contar a história, cada criança recebe um ninho. Elas deverão jogar o dado de quantidades e o de cores que indicarão quantos ovos serão comprados e qual a cor destes. Os ovos serão colocados no ninho. O professor pode solicitar no final do jogo que as crianças classifiquem os ovos por suas cores verificando qual a cor que tem mais, a que tem menos, quanto a mais, quanto a menos. Se as crianças forem maiores o/a professor/a pode introduzir um terceiro dado de tamanhos. Assim poderão fazer atividades de seriação (do maior ao menor).


"O HOMEM QUE AMAVA CAIXAS" Stephen Michael King - Editora Brinque-book


Materiais : - Caixas de diferentes cores e tamanhos.


Procedimento: Após ouvirem a história o/a professor/a pode fazer diversas atividades com sucatas de caixas.

1º) Noção de tamanho: O/a professor/a identifica duas caixas de papelão vazias, uma com a palavra grande e a outra com a palavra pequena. As crianças vão pegando as sucatas e relatando se são grandes ou pequenas e colocam na caixa referente ao tamanho.

2º) Noção de cor e espessura: Dividir as crianças em grupos e colocar as sucatas à disposição dos grupos. Cada grupo terá uma tarefa:


Grupo 1 - separar todas as caixas que forem da cor amarela, por exemplo;
Grupo 2 - separar todas as caixas que forem finas;
Grupo 3 - separar as que forem grossas.


3º) Após explorar as sucatas o professor pode promover um oficina de construção de brinquedos.


"ROMEU E JULIETA" Ruth Rocha - Editora Ática























Materiais:


- Dado de quantidades.
- Dado de cores (6 cores).
- Dado com o desenho de borboleta e de flor (intercalando as faces do dado, uma com borboleta, a outra com flor etc.).
- Desenhos de borboletas e flores (6 cores) que podem ser feitos pelos próprios alunos.


Procedimento: Cada criança irá jogar os três dados simultaneamente. Estes indicarão a quantidade a ser comprada, o tipo de personagem, a cor. O/a professor/a pode solicitar que as crianças classifiquem os materiais. Após o jogo verifica-se quem ganhou mais flores, quem ganhou mais borboletas, quem ganhou menos, qual a cor que mais saiu etc. Após o jogo os/as alunos/as podem utilizar suas fichas para montar um lindo desenho.






"MANECO, CANECO, CHAPÉU DE FUNIL" Luiz Camargo - Editora Ática


Materiais: - Dado com o desenho dos objetos que formam o Maneco. - Desenhos dos objetos para serem comprados.


- Moedinhas.


Procedimento: Cada criança recebe seis moedinhas. Deverá jogar o dado e ver qual o objeto que irá comprar para montar o seu Maneco. A cada objeto tirado no dado deve efetuar sua compra dando uma moedinha. Desta forma, o professor pode ir explorando quantas moedinhas ainda resta, quantas foram gastas, quantos objetos já foram comprados, quantos ainda faltam etc. O jogo acaba quando todos os participantes compraram todos os objetos necessários para montar o Maneco caneco.


-Conclusão: Tendo em mente que a aprendizagem se torna significativa quando o indivíduo dá um significado pessoal a ela, exige que o ato de aprender seja visto como compreensão de significados, que se relacione com as experiências pessoais, promova o estabelecimento de relações e a utilização do que aprendeu em diversas situações. Portanto, a qualidade do ensino depende da postura do/a professor/a, uma postura compromissada com seu trabalho; no entanto, não é apenas uma questão referente a ele/a, diz respeito à natureza do currículo e à organização da escola.


Ester Schaly Cardoso Pedagoga graduada em Educação Infantil e séries iniciais. Pós-graduada em Educação Infantil.

Referências bibliográficas:

KAMII, Constance. A criança e o número. São Paulo: Ed. Papirus,1985.
MARINCEK, Vânia (coord). Aprender matemática resolvendo problemas. Porto Alegre: Artmed, 2001.
PIAGET, Jean. A gênese das estruturas lógicas matemáticas. São Paulo: EPU, 1976.
RANGEL. Ana Cristina. Educação matemática e a construção do número. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
SMOLLE, Kátia Stocco e Outros. Coleção matemática de 0 a 6 anos. Porto Alegre: Artmed, 2000.
ZABAlZA, Antoni. Enfoque globalizador e pensamento complexo: uma proposta para o currículo escolar. Porto Alegre: Artmed, 2002.